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O que fazer a esse respeito?

O desastre que nos aconteceu na sexta-feira, dia 25 de janeiro, é, para muitos, de longe o maior desastre ambiental da história do nosso país. São quase 400 o número de mortos e desaparecidos, centenas de famílias desamparadas e milhares de habitantes que sofreram direta e indiretamente com os rejeitos de minério que foram lançados em nosso rio. Para além das perdas materiais, a lama levou muitas histórias.

Em consequência disso, o mundo inteiro olhou para Brumadinho, mas a pergunta é: até quando? Porque, quando a cidade desaparecer dos noticiários, infelizmente o Brasil se esquecerá do sofrimento da nossa cidade, assim como aconteceu em outros municípios, como é o caso de Cataguases, cidade do interior de Minas, que sofreu com o rompimento de uma barragem em 2003. Até os dias de hoje o rio da cidade carrega os danos e a empresa responsável que foi multada em R$ 50 milhões de reais ainda não pagou o órgão intendente do Governo, o Ibama.

Outra preocupação constante é com o caso de Mariana, que em 2015 viu Bento Rodrigues ser totalmente destruída pela lama. Neste evento, foram de 19 pessoas mortas, sendo que uma delas nunca foi encontrada, e mais de 9 mil desalojados. Em um mês após a catástrofe, foram retiradas 11 toneladas de peixes mortos em Minas Gerais e no Espírito Santo. O mais impressionante é que até hoje os moradores que perderam suas casas não tiveram novas casas levantadas nos lugares assentados, e o que é de se espantar, é que 3 anos depois as construções nem sequer começaram. Hoje, Bento Rodrigues é um cemitério não só de casas, mas de sonhos e memórias. Ainda convém lembrar, o desastre na Zona da Mata, que em 2007 atingiu as cidades de Miraí e Muriaé. O rompimento causou danos ambientais como in- undação de trechos de áreas agriculturáveis, mortandade de peixes e desabastecimento de água, além de deixar aproximadamente 200 pessoas desabrigadas. Infelizmente, apenas 4 anos depois dos acontecidos é que foram iniciados os trabalhos de recuperação do rio.

Levando-se em conta os ca- sos observados, nós, cidadãos brumadinenses, devemos fazer o que a esse respeito? É nosso de- ver continuar ajudando as famílias que perderam seus lares e também aquelas que perderam seus entes queridos. Do mesmo modo, todos nós que fomos afetados pela catástrofe, precisamos continuar rei- vindicando nossos direitos, man- tendo nossas vozes ativas através de todos os meios de comunicações. Bem como, incomodar as autoridades para que justiça seja feita e para que desastres como este não venham se repetir em nosso país. Por fim, não devemos permanecer na mentalidade de que Brumadinho depende da economia mineradora, nossa cidade é rica naturalmente e conta com jovens de extrema inteligência e potencial. Vamos reerguer Brumadinho!