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Inhotim abre duas novas exposições temporárias em setembro

Entre os trabalhos selecionados, há obras de duas mineiras que estão atualmente na Bienal de São Paulo.

O Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), inaugura no dia 23 de setembro duas novas exposições temporárias que abordam diferentes aspectos da arte negra no Brasil e no mundo.

As mostras fazem parte do Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra, que vem ocupando galerias do complexo botânico, museológico e arquitetônico desde 2021.

Fazer o moderno, construir o contemporâneo

Dedicada ao artista baiano Rubem Valentim (1922-1991), que se destacou por sua linguagem visual inspirada nas religiões afro-brasileiras, a mostra “Fazer o moderno, construir o contemporâneo” ocupa a Galeria Lago e reúne obras da coleção do instituto e de outros museus, abrangendo mais de trinta anos de produção do artista.

A exposição também conta com trabalhos de outros artistas negros que dialogam com a obra de Valentim, como Mestre Didi, Rosana Paulino, Emanoel Araujo, Jaime Lauriano, Rebeca Carapiá, Allan Weber, Bené Fonteles, Rubiane Maia, Froiid e Jorge dos Anjos. Entre eles, os mineiros Froiid e Jorge dos Anjos apresentam novas obras comissionadas pelo Inhotim. A mostra ainda tem um espaço ateliê com programação pedagógica.

A curadoria da exposição é conjunta entre Igor Simões, curador convidado, e Lucas Menezes, curador assistente do Inhotim, para quem a trajetória de Valentim é uma referência emblemática que aponta existências negras como protagonistas e definidoras da arte brasileira.

Direito à forma

Reunindo mais de 30 artistas negros de diferentes gerações e técnicas, a mostra “Direito à forma” ocupa a Galeria Fonte e apresenta um panorama da produção artística negra no Brasil e no mundo, em diálogo com a coleção do instituto, que tem se ampliado com novas aquisições com foco na autoria negra.

A exposição parte do princípio de que os artistas negros têm o direito a uma investigação formal que não se limite à figuração ou à representação identitária. Entre os 60 trabalhos selecionados para a mostra, destacam-se o vídeo-documentário Orí (1989), de Raquel Gerber, sobre a historiadora e ativista Beatriz Nascimento, e a instalação Dança dos Mortos Egunguns (2023), de Eneida Sanches, comissionada pelo Inhotim. A exposição também conta com obras de artistas como Ayrson Heráclito, Lucia Laguna, Mestre Didi, Mulambö, Rommulo Vieira Conceição, Rebeca Carapiá e Yhuri Cruz. Outros dois nomes de destaque são Luana Vitra e Sônia Gomes, que possuem trabalhos atualmente em exposição na Bienal de São Paulo.

A curadoria da exposição é conjunta entre Igor Simões, curador convidado, e Deri Andrade, curador assistente do Inhotim, para quem os trabalhos expostos reposicionam a discussão sobre a arte negra e mostram-se como um local de debates e construções narrativas para outra história da arte no Brasil.

 

Matéria por: O Tempo