O deputado federal André Janones, segundo mais votado de Minas Gerais em 2022, está envolto em polêmica após a divulgação de um áudio em que solicita que seus assessores utilizem parte de seus salários para cobrir suas despesas pessoais. A prática, conhecida como ‘rachadinha’, é considerada ilícita e passível de inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No áudio gravado durante uma reunião na Câmara dos Deputados, Janones expõe de maneira explícita seu desejo de destinar os vencimentos de sua equipe para despesas pessoais, incluindo “casa, carro, poupança e previdência”. O deputado tenta justificar a prática ao mencionar prejuízos financeiros em campanhas políticas anteriores.
O parlamentar, que havia perdido uma eleição para prefeito em 2016, alega ter sofrido consideráveis perdas financeiras, incluindo uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 mil. Em suas palavras, Janones argumenta que seus assessores deveriam contribuir para a reconstrução de seu patrimônio, afirmando não considerar a prática como corrupção.
Contudo, o deputado demonstra ciência dos riscos legais envolvidos na ‘rachadinha’. Mesmo sugerindo que renunciar seria algo natural caso seu mandato fosse ameaçado, Janones destaca que não se abalaria se perdesse o cargo.
O áudio foi gravado em fevereiro de 2019 por Cefas Luiz, ex-assessor de Janones, que agora planeja levar a gravação e outras evidências de supostas irregularidades à Polícia Federal. O TSE, em 2021, já havia decidido que a prática de ‘rachadinha’ configura enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio, o que pode impactar a situação do deputado.
O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda deverá se pronunciar sobre se a ‘rachadinha’ configura crime, envolvendo o caso do deputado Silas Câmara, do Republicanos do Amazonas. O escândalo coloca Janones em uma posição delicada, enfrentando possíveis repercussões legais e políticas.
Clique no link para ouvir o áudio: https://youtu.be/r30Rl8zCwK4?si=lCCnR147kF57qsHe
Fonte: Metrópoles
