Brumadinho, 16 de abril de 2024.
Peritos da Polícia Federal (PF), em conjunto com equipes do Instituto Nacional de Criminalística (INC) e do Instituto Nacional de Identificação (INI), estão utilizando técnicas similares às empregadas no desastre/crime de Brumadinho para identificar os corpos encontrados em uma embarcação à deriva na costa do Pará.
A embarcação, descoberta no último sábado, está sendo trazida para o Instituto Médico Legal (IML) de Bragança, no Pará, para a realização dos procedimentos de perícia. O processo de identificação seguirá o protocolo internacional da Interpol para casos de desastres (DVI).
Segundo fontes na perícia da Polícia Civil, o método de identificação começa com a observação de características físicas, como marcas na pele, próteses ortopédicas e tatuagens. Em seguida, a papiloscopia é realizada para coletar impressões digitais. Quando necessário, a identificação pode ser tentada através da arcada dentária. Além disso, a coleta de material para análise de DNA pode ser feita, com possibilidade de confronto com bancos genéticos.
O reboque da embarcação foi concluído pela Marinha na segunda-feira, sendo transportada até a comunidade do Castelo, em Bragança, para posterior encaminhamento ao IML local. A quantidade exata de corpos ainda não foi confirmada, mas estima-se que inicialmente cerca de 20 estavam a bordo. Os corpos encontram-se em avançado estado de decomposição, dificultando a identificação.
Embora inicialmente especulasse-se que os ocupantes poderiam ser refugiados haitianos, a nacionalidade da embarcação não foi confirmada pelas autoridades. A ausência de registros de embarcações brasileiras desaparecidas na região aumenta a suspeita de que sejam estrangeiros. O barco, feito de fibra de vidro e sem motores ou danos estruturais aparentes, não parece ter sofrido naufrágio.
O Ministério Público Federal iniciou duas investigações para esclarecer o caso, visando identificar as circunstâncias da tragédia e a origem dos corpos encontrados.