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Trabalho Infantil em Minas Gerais: Números Alarmantes Revelam Desafios Enormes para Proteger a Infância

Brumadinho 28 de fevereiro de 2024

Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelaram uma realidade preocupante em Minas Gerais: o estado é o segundo onde mais crianças e adolescentes foram flagrados trabalhando em 2023, perdendo apenas para o Mato Grosso do Sul. Um total de 326 vítimas desse tipo de exploração foram afastadas das atividades no ano passado.

A situação se agrava quando se consideram os números do estudo “O trabalho infantil no Brasil”, do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil. Em 2019, já havia 288.358 crianças e adolescentes trabalhando no Estado, um número alarmante. No contexto nacional, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022 apontam para 1,9 milhão de casos, evidenciando uma crise que persiste e cresce.

A eficácia dos esforços para resgatar essas vítimas por parte do MTE é posta em xeque diante do quadro geral. Embora medidas estejam sendo tomadas, os números continuam altos, o que demanda ações mais incisivas e efetivas por parte das autoridades.

Um retrato tangível dessa triste realidade pode ser encontrado em locais como o semáforo da região do bairro Cidade Industrial, em Contagem. Lá, jovens como Pedro*, de apenas 15 anos, passam até sete horas diárias vendendo balas, chicletes e paçocas para clientes em busca de algum sustento. Pedro compartilha que migrou para essa atividade há cerca de um mês, devido à dificuldade de obter dinheiro em seu bairro de origem.

O caso de Pedro não é isolado. Representa uma parcela de uma geração que está sendo privada de sua infância e educação, enquanto enfrenta as duras realidades econômicas que permeiam muitas comunidades em todo o estado.

Diante desse cenário, é urgente uma ação coordenada entre governos, organizações não governamentais e a sociedade civil para enfrentar o problema do trabalho infantil, garantindo que todas as crianças e adolescentes tenham acesso a seus direitos básicos, incluindo educação e proteção contra a exploração laboral.

[*Nome alterado para proteger a identidade do indivíduo.]