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Moradores reclamam do serviço mal prestado pela Copasa

Há 11 anos os cidadãos de Brumadinho são obrigados a receber um serviço defasado e, na grande maioria dos casos, precário, da Copasa. Diversas casas sem o devido abastecimento de água durante vários dias, contas com valores absurdos, péssimo atendimento aos clientes entre outros problemas que os brumadinhenses têm que enfrentar no seu dia-a-dia.

O contrato com a empresa foi assinado a mais de uma década, na época o Prefeito em atuação era o Antônio do Carmo Neto, mais conhecido como Tunico da Bruma. O contrato foi assinado no dia 17 de abril de 2008, com período de vigência pré-definido de 30 (trinta) anos. Esse pode ser considerado um erro, já que três décadas de duração é muito tempo para um contrato, e o resultado desse erro está sendo colhido nos últimos anos pelos cidadãos.

Os moradores do Bairro Residencial, em Brumadinho, tiveram um grande problema com a empresa no ano de 2017, quando o bairro ficou sem água durante nove dias. Quem morava na região na época teve que se virar para conseguir um lugar para tomar banho, usar o banheiro ou fazer qualquer outra atividade que envolvesse a água distribuída pela Copasa. A estudante Milena Araújo, que enfrentou esse problema em 2017 junto com sua família, conta que na época foi um trabalho muito grande e diário para conseguir o mínimo de água necessário, além do valor da conta não ter sofrido nenhum ajuste. “A conta veio cobrando a mesma coisa, mesmo a gente tendo que tomar banho na casa dos outros, de parentes e levar água para casa”, afirmou Milena.

Os brumadinhenses, que sofreram com o problema em 2017, estão recorrendo na justiça seus direitos, já que foram afetados durante nove dias. Um outro problema surge nesse momento, alguns moradores reclamam que a Copasa age de má fé quando é requerido as contas da época em que o problema existiu. A própria Milena Araújo reclama que por diversas vezes foi até a empresa e eles negaram a entrega de outras vias das contas, sem nenhuma explicação válida. “A Copasa ta negando, a gente vai lá pedir as contas de 2017, desses meses que ficamos sem água e eles negam, falam que não dá, fingindo de bobo. Eles já sabem que estamos entrando com um processo”, completa a estudante.

Várias famílias de Brumadinho estão requerendo seus direitos na justiça e buscando serem ressarcidas. As reclamações não partem de uma única família ou uma única pessoa, em uma breve pesquisa realizada nas redes sociais foi possível perceber que o número de Brumadinhenses insatisfeitos com a empresa é muito grande.

A família da Acadêmica de Direito, Bruna Maciel, sofreu um reajuste indevido e inesperado, no início do ano de 2019 sua conta veio no valor de R$ 3 mil reais, um valor quase que 10 vezes maior que o normal para a residência. Esse problema da família da Bruna foi resolvido depois de muita insistência da acadêmica no escritório da empresa, o que gera uma outra dor de cabeça indesejada.

Praticamente a cidade inteira sofre com algum serviço prestado de forma incorreta ou até mesmo a falta de prestação de alguns trabalhos. Em contato com a Prefeitura Municipal de Brumadinho, a mesma nos informou que o abastecimento de água é precário na sede, UPA, Casa Branca, Conceição de Itaguá, Córrego do Feijão, Tejuco, Aranha entre outras localidades do Município. Outro problema apontado pela Prefeitura foi sobre o sistema de Esgotamento Sanitário que em alguns lugares de Brumadinho é inexistente e em outros o serviço é insatisfatório.

Uma empresa que está instalada no Município a muitos anos, e, possui um contrato para mais 19 anos, deve se preocupar em melhor atender seu cliente, gerar menos dor de cabeça e mais soluções. A família da Senhora Izaura Rodrigues Alves reclama de um serviço prestado de forma incorreta ao lado de sua casa, que acabou afetando sua residência. Segundo sua neta, Dominique Alves, a empresa realizou um serviço ao lado de sua casa e para isso foi necessário a retirada da cerca que divide o lote com a área verde, mas ao fim do serviço a cerca não foi colocada novamente, ocasionando a entrada de animais na casa da Senhora Izaura e o medo de pessoas agirem de má fé e assaltar a residência, já que não havia mais a proteção. Após o serviço Domique foi a empresa diversas vezes reclamar e pedir esclarecimentos, porém eles nunca foram até o local para dar um fim a confusão. A empresa nunca resolveu o problema, não voltou a residência e a senhora, Isaura, teve que arcar com o prejuízo para arrumar o estrago feito pela Copasa. “Minha vó ganhou prejuízo, porque teve que tirar do bolso dela para mandar fazer outra cerca. E até hoje eles não se preocuparam com nada do ocorrido”, afirma a jovem.

As reclamações são diversas, os problemas são diferentes e muitos deles permanecem sem solução. Os moradores de Brumadinho esperam que a empresa realize o serviço de forma correta, o que melhoraria a qualidade de vida do brumadinhense.