Brumadinho – 02 de fevereiro de 2024.

Em um alerta contundente, a jovem Aretha Soyombo, de 27 anos, desencoraja aspirantes a professores no Brasil, apontando para um futuro incerto. A falta de docentes é um dilema preocupante, revela pesquisa recente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), lançada em dezembro de 2023.

O estudo, realizado de 2019 a 2021 com foco na demanda de 2022, destaca a carência crítica de profissionais nas disciplinas de língua portuguesa, língua estrangeira, educação artística, matemática e ciências + biologia, especialmente em Minas Gerais. Em uma escala de 0 a 1, indicando a adequação da demanda, os índices revelam uma situação alarmante: 0,23 em língua estrangeira; 0,47 em educação artística; 0,50 em ciências + biologia; 0,54 em língua portuguesa; e 0,78 em matemática. Em nível nacional, todas as 12 matérias analisadas estão abaixo do mínimo necessário.

João Valdir de Souza, professor de sociologia da educação da UFMG, descreve a crise como um ‘apagão’ na docência, alertando que a situação, já histórica, tende a se agravar nos próximos anos. Para ele, o cerne do problema não é a falta de profissionais, mas a ausência de atratividade para as salas de aula. Valdir de Souza enfatiza que apenas discursos vazios sobre a valorização da educação não resolverão o impasse, chamando a atenção para a gravidade da situação, que vai além do que se imagina.