Brumadinho – 12 de Janeiro de 2024.
Minas Gerais está sob o risco iminente de enfrentar uma nova epidemia de dengue em 2024, com um aumento inesperado nos casos nos primeiros dias do ano. A doença já pode ter feito sua primeira vítima no estado, uma adolescente de 17 anos em Timóteo, no Vale do Aço, cuja morte está sendo investigada como resultado da dengue.
O crescimento dos diagnósticos vem após um ano considerado endêmico, com um aumento alarmante de 330,5% em relação a 2022. Além da trágica morte da jovem, o ressurgimento do tipo 3 da dengue, ausente de epidemias no país por mais de 15 anos, adiciona uma camada extra de preocupação para as autoridades de saúde.
No ano passado, Minas Gerais registrou uma assustadora marca de 321.038 casos de dengue, com uma média de quase 880 por dia, resultando em 198 mortes. Comparativamente, em 2022, foram registrados 74.796 casos, uma diferença significativa de 246.242 a menos, com uma média de quase 205 casos por dia e 68 óbitos.
A histórica periodicidade de epidemias de dengue a cada três anos em Minas Gerais foi quebrada em 2019, e o aumento em 2023 sinaliza um alerta vermelho para 2024.
Diante do cenário preocupante, o governo de Minas Gerais anunciou um investimento de R$ 80,5 milhões em ações de conscientização e mobilização para combater os focos do mosquito. Em Belo Horizonte, os Agentes de Combate a Endemias (ACE) intensificam as vistorias em imóveis, alertando a população sobre os perigos do acúmulo de água e orientando sobre a eliminação dos focos.
O infectologista Leandro Curi faz uma análise sombria para 2024, prevendo volumes elevados de pessoas infectadas, sobrecarregando os serviços de saúde, e alerta que a tendência é que, até o fim do período chuvoso e do verão, os casos atinjam níveis extremamente preocupantes.