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Resultados de Análise da Água e da Lama do Rio Paraopeba assusta moradores

Foi entregue ao Ministério Público Estadual o laudo preliminar da análise da água e da lama do rio Paraopeba. Números elevados de praticamente todos os materiais encontrados levanta suspeita e assusta a todos os cidadãos.

Brumadinho realizou no início do ano de 2022 uma coleta de materiais do rio Paraopeba em oito pontos estratégicos do leito do rio. A análise aconteceu em parceria entre os Municípios de Brumadinho, Mário Campos, São Joaquim de Bicas e Juatuba.

Foram ao todo oito pontos diferentes de coleta no leito do rio e, após o serviço, o material foi encaminhado a um laboratório especializado que havia sido contratado pelas Prefeituras dos Municípios e os resultados foram apresentados oficialmente à imprensa pela Prefeitura Municipal de Brumadinho.

De acordo com os resultados o rio apresenta um nível elevado do índice de ferro, manganês, alumínio, silício, potássio e titânio.

Especula-se em Brumadinho que o aumento do índice desses materiais está ligado ao rompimento da barragem de rejeito da Vale, em 2019, e o derrame de rejeito de minério no Rio Paraopeba. “Não podemos afirmar que a alta concentração destes elementos químicos se dá pela concentração dos rejeitos, por isso apresentamos o relatório ao Ministério Público para que as análises possam ser investigadas”, disse o coordenador do Departamento de Avaliações e Perícias da Prefeitura de Brumadinho, Cristiano Silva.

O relatório apresentado mostra que a presença do material ferro na água e na lama chega a ser quatro vezes maior na área abaixo do local atingido pelos rejeitos de minério. Outros materiais, como o manganês, também apresentaram índices elevados. O alumínio a porcentagem de concentração mudou de 3% para 27,8%, em alguns pontos.

Situação preocupa os cidadãos, pois muitos já tiveram contato com a água e com a lama, o que poderá em um futuro ocasionar alguns casos de problemas de saúde. Eduardo Callegari, Secretário de Saúde de Brumadinho, informou que a Prefeitura já solicitou ao Governo Federal uma ajuda para que o Munícipio consiga testar os cidadãos e averiguar os problemas gerados pela exposição aos materiais. O valor total para examinar a população seria em torno de R$ 7 milhões. “Calculamos esse valor para realizarmos exames durante um ano, em uma população estimada em 40 mil habitantes. É um custo muito alto, por isso precisamos da ajuda do ministério da Saúde, assim como do governo do Estado, que também já recebeu nossa solicitação”, afirmou Eduardo.