O nível da água do Rio Paraopeba subiu rapidamente após alguns dias de chuvas constantes e fortes em diversos pontos do Município. Muitas casas, comércios e ruas ficaram submersas durante dias. Famílias ficaram isoladas, recebendo donativos e alimentos através de barcos e botes de voluntários, uma situação que assustou todos os moradores.

Os moradores de Brumadinho, principalmente aqueles que residem próximo ao Rio Paraopeba, sempre possuíram a preocupação com o aumento do nível do rio, observando para que consigam retirar seus pertences antes da água chegar, em uma possível enchente.

Em diversos anos as chuvas fizeram o volume do rio subir, mas não transbordava, não atingia as casas dos moradores, diferentemente de 2022, onde o volume de água subiu rapidamente, pegando muitos cidadãos desprevenidos, fazendo com que muitas famílias ficassem desabrigadas ou isolados em suas casas, sem luz, água e suprimento, contando com o apoio dos cidadãos e voluntários que realizaram o serviço de entrega de donativos e alimentos a quem precisava.

Todo o problema começou na noite da sexta-feira, dia 07 de janeiro, onde as fortes e constantes chuvas fizeram o nível do Rio subir, praticamente atingindo o estacionamento, localizado ao lado da ponte, na região central. A madrugada entre o dia 07 e 08 de janeiro foi preocupante para todos os cidadãos que tiveram que correr para conseguir salvar alguns pertences e bens materiais antes da água chegar em suas casas.

No dia 08 de janeiro a cidade amanheceu um caos, a água do Rio Paraopeba já havia atingido diversos bairros, como Conceição de Itaguá, Canto do Rio e Cohab, além do centro da cidade e do interior, onde já haviam pontos de alagamentos e ruas obstruídas, isolando diversos locais de Brumadinho.

 

Rapidamente o Rio Paraopeba continuava enchendo e se alastrando pela cidade, atingindo em diversos pontos o telhado de algumas residências. Na região central, na avenida Vigilato Braga, os comerciantes e moradores que acompanhavam o volume da água afirmaram que, em questão de três horas, a água ocupou toda a extensão da avenida, e continuava subindo cada vez mais rápido. O Supermercado Fonseca, localizado na avenida, ficou completamente submerso, um prejuízo enorme.

A noite não foi muito diferente, a chuva continuou aumentando o volume do rio fazendo com que a Ponte principal, do centro da cidade, fosse interditada, tornando a travessia acessível apenas a caminhões e veículos 4×4.

Brumadinho ficou submersa durante sete dias, entre o dia 07 e dia 13 de janeiro, causando inúmeros estragos e famílias desabrigadas. Conforme o volume da água foi baixando a limpeza das ruas foi acontecendo de maneira rápida. Muitos voluntários, bombeiros, funcionários da Defesa Civil e da Prefeitura Municipal de Brumadinho trabalharam incansavelmente para conseguir resolver os problemas e ajudar todas os cidadãos que precisavam.

Em muitos pontos da cidade, principalmente no interior, aconteceram inúmeros deslizamentos de terra, causados pelas chuvas e pelo aumento do volume de todos os rios que passam pelo Município. Um estrago grande para muitos cidadãos de Bruadinho.

 

 

Lama Tóxica pós Enchente preocupa moradores

 

Após tudo se acalmar e o volume de água recuar em Brumadinho uma nova preocupação surgiu na cabeça de todos os cidadãos, a lama que sobrou em todos os lugares que a água passou.

Diferente das outras enchentes, depois que o Rio Paraopeba retornou para seu leito normal as ruas e casas ficaram cobertas por uma lama diferente, algo pesado e grudento, o que dificultou a limpeza dos locais atingidos e causou estranheza, medo e lembranças tristes em vários cidadãos, que recordaram das vítimas do crime da Vale.

Muitos moradores associaram a lama ao rompimento da Vale em 2019 e toda a mudança que foi causada no Rio Paraopeba após o crime, e, por esse motivo podem conter materiais que são danosos a saúde da população. Todos que tiveram contato com a lama devem procurar uma Unidade Básica de Saúde para averiguar se está tudo certo com sua saúde.

A mineradora não se pronunciou sobre o ocorrido ainda.