Brumadinho, 11 de julho de 2024.

Famílias que perderam entes queridos em algumas das maiores tragédias da história recente do Brasil se reuniram hoje na Organização dos Estados Americanos (OEA) para clamar por justiça. O ato, que aconteceu às 15h na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, contou com a presença de afetados pelas tragédias de Brumadinho, Mariana, Maceió, Boate Kiss e Ninho do Urubu.

Em um evento marcado pela dor e pela busca incansável por respostas, os familiares expuseram as graves violações de direitos humanos que sofreram. “É uma oportunidade única de levar ao conhecimento desse órgão internacional as graves violações de direitos humanos que ocorreram nesses 5 casos que marcaram a história recente do Brasil”, afirmou Tâmara Biolo Soares, advogada que representa as vítimas.

Essas tragédias, que tiraram a vida de 544 pessoas e deixaram centenas de milhares de sobreviventes com sequelas físicas e emocionais, têm um ponto em comum: a impunidade. Até hoje, ninguém foi responsabilizado por esses crimes. Durante a audiência de uma hora e meia, representantes do Estado brasileiro também estiveram presentes para ouvir os depoimentos dos familiares e representantes das vítimas.

Os depoimentos destacaram como essas tragédias são consequência do desrespeito contínuo à vida humana e ao meio ambiente, com envolvimento de corporações, empresas privadas e setores do Poder Público. As famílias esperam que a exposição na OEA traga visibilidade internacional para os seus casos e pressione as autoridades brasileiras a tomar medidas concretas para garantir que tragédias como essas nunca mais se repitam.

Este ato não é apenas uma busca por justiça, mas também um grito de alerta para que a história de impunidade no Brasil não continue a se repetir. As famílias das vítimas esperam que essa mobilização internacional marque o início de uma nova era de responsabilização e respeito aos direitos humanos no país.