Audiência Pública, para discutir sobre o acordo entre a Mineradora, o Estado e o Judiciário, aconteceu hoje na Câmara Municipal de Brumadinho. População presente se mostrou indignada com o descaso dos responsáveis pelo acordo que estiveram presentes na reunião apenas de forma on-line.

Mesmo antes do acordo bilionário para indenizar os atingidos pelo rompimento da barragem B1 no Córrego do Feijão entre a Mineradora Vale, o Governo do Estado e o Judiciário, os cidadãos de Brumadinho e os atingidos já suplicavam para que suas demandas e reclamações fossem ouvidas, o que nunca aconteceu.

Hoje, durante a Audiência Pública, não foi muito diferente. Muitos atingidos estiverem presentes com o intuito de sanar suas dúvidas com os responsáveis e representantes do acordo, expor suas reclamações e pedir encarecidamente que a população de Brumadinho seja ouvida, mas foram surpreendidos com o descaso novamente. Os representantes do Governo do Estado, do Ministério Público e da Defensoria Pública não estiveram presentes na Audiência, somente de forma remota (on-line).

Silas Fialho, Liderança das Manifestações e Representante da Zona Quente, falou sobre a importância de ouvir a cidade e os atingidos, além de demonstrar toda a insatisfação com os Órgãos responsáveis. “Nós não queremos privilégios, queremos prioridade. A tragédia aconteceu em Brumadinho, quando forem falar sobre respeite Brumadinho’, afirmou Silas.

No início da Audiência, os Vereadores que formam a Comissão de Representação do Legislativo para Acompanhamento das questões da Vale, Guilherme Morais, Gabriel Parreiras e Vanilson Geada, falaram sobre a importância da presença dos representantes e o quanto o descaso com o Município vem atrapalhando e atrasando todo o avanço e a reconstrução de uma cidade abalada.

O Prefeito Nenem da Asa firmou o compromisso com a população de nunca se calar e continuar a luta pelo por todos os direitos. “Brumadinho não pode ser tratada de forma desigual. O crime foi aqui. As 273 pessoas que morreram, eram de Brumadinho. A ação do Ministério Público e da Defensoria Pública que resultou no acordo de 37 bilhões de reais para o Estado não teve a participação de Brumadinho, nem das comunidades e nem dos atingidos. Não vamos nos calar na luta pelos nossos direitos nem deixar de lutar por Brumadinho” afirmou o Prefeito Nenem da Asa.

Entre os pedidos e as exigências que estão sendo feitas pelos atingidos, vítimas, população e seus responsáveis, como a Comissão formada pelos vereadores e o Prefeito Nenem da Asa, está o pagamento de 100% do valor do emergencial, chamado agora de Transferência de Renda, para toda a população de Brumadinho e aqueles que vêm recebendo 50% do valor também recebam o retroativo do valor que não foi pago. O Prefeito Nenem da Asa afirmou ao final da Audiência estar revoltado e cansado com o tratamento que a população e os atingidos vêm recebendo dos Órgãos responsáveis.

Estiveram presentes presencialmente na Audiência Pública a Comissão montada pela Câmara Municipal para acompanhar as questões ligadas a Vale com o Vereador Guilherme Morais, o vereador Vanilson Geada e o vereador Gabriel Parreiras, o Prefeito Nenem da Asa, a representante da AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem em Brumadinho) Natália Oliveira, além dos demais vereadores do Município.

Infelizmente os responsáveis pelo acordo entre a Vale e o Estado participaram da reunião apenas de forma remota (on-line). Estiveram presentes Luís Otávio de Assis (Secretário Adjunto de Planejamento do Estado de Minas Gerais), Leonardo Castro Maia representado o Ministério Público do Estado, Edilson Vitorelli pelo Ministério Público Federal e a Carolina Morishita representante da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais.