/1.095 dias de injustiça e impunidade em Brumadinho

1.095 dias de injustiça e impunidade em Brumadinho

Dia de homenagens, de lembranças e de pedir justiça por Brumadinho. Já se passaram mais de mil dias do rompimento da Vale e os familiares e amigos das vítimas ainda aguardam que a justiça seja feita, que exista algum réu nesse processo. Uma série de homenagens aconteceram nos últimos dias em lembrança as 272 vítimas em Brumadinho.

O dia 25 de janeiro é marcado por ser um dia de muita comoção e união da população de Brumadinho. Uma série de homenagens aconteceram nos últimos dias no Município.

No domingo, dia 23 de janeiro, foram iniciadas as homenagens com um grupo formado pelos sobreviventes e familiares das vítimas no local onde está sendo construído o Memorial Brumadinho.

Na segunda-feira, dia 24 de janeiro, as famílias das vítimas pediram por justiça, através da carreata que se iniciou no cemitério Parque das Rosas, local onde diversas vítimas estão enterradas, passou pelo fórum, na região central da cidade e terminou no letreiro, ponto símbolo para todas as homenagens dos últimos três anos. A impunidade no caso Vale X Brumadinho assola e revolta todos os brumadinhenses.

No dia 25 de janeiro o crime da Vale completou três anos, cerca de 1.095 dias, e diversos tributos e homenagens aconteceram. As 11 horas da manhã alguns artistas puderam prestar suas homenagens através de canções feitas especialmente para as vítimas. 12:28, o horário exato do Rompimento, todos realizaram 1 minuto de silêncio, seguido por diversos balões pretos que foram soltos ao céu, representando os dias de espera dos familiares por Justiça. No final, a AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho) soltou aos céus 272 balões brancos em homenagem às vítimas do rompimento.

Brumadinho segue ano após ano pedindo por Justiça, na espera que alguém seja responsabilizado judicialmente pelos crimes que cometeu, o caso segue sem um réu e com a possibilidade de recomeçar a estaca zero, pois poderia mudar para a Justiça Federal. Caso isso aconteça, o que ainda será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), os atos processuais que já foram realizados serão anulados, voltando a estaca zero do processo. A AVABRUM já manifestou o medo de que, no final, ninguém seja responsabilizado pelo rompimento da barragem. Esse foi também uma das reinvindicações da carreata do dia 24 de janeiro, segunda-feira.