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Quatro anos após tragédia de Brumadinho, polícia ainda tenta identificar vítimas

Polícia Civil realiza exames para identificar três vítimas do rompimento da barragem em 2019; 267 pessoas já foram identificadas.

Às vésperas de completar quatro anos do rompimento da barragem em Brumadinho, na região Metropolitana de Belo Horizonte, a Polícia Civil de Minas Gerais ainda trabalha na análise de 36 exames que podem identificar as três vítimas ainda não localizadas. Os exames são feitos no Instituto Médico Legal (IML) e não há prazo para a conclusão do trabalho. Até o momento, 267 das 270 vítimas foram identificadas.

De acordo com a diretora do IML, Naray Paulino, o trabalho da PC vai continuar enquanto as buscas estiverem sendo feitas. “É um trabalho expoente no mundo. Localizamos 1004 segmentos, entre corpos e segmentos, desses, identificamos 263 pessoas. Foram cerca de 400 processos de reidentificação e ainda há 36 em análise”, disse.

Ainda de acordo com a diretora, a análise consiste em identificar se aquele é um material humano e se é possível fazer a identificação. “Em alguns casos, o material está muito deteriorado, não é possível fazer a identificação por papiloscopia (análise da digital) ou por DNA”, completa.

Apesar da dificuldade aumentar progressivamente com o passar do tempo, a instituição afirma que enquanto houver buscas, haverá trabalho da PC. “Não há, neste momento, expectativa de encerramento dos trabalhos”, garante.

Inquérito

O inquérito feito pela Polícia Civil foi concluído após um ano do crime. “Nosso trabalho indiciou 16 pessoas físicas e duas jurídicas pelos crimes ocasionados pelo rompimento. As pessoas físicas foram indiciadas por homicídio duplamente qualificado, por perigo em comum e por dificultar ou impedir a defesa das vítimas, além dos crimes ambientais”, explica o delegado Luiz Otávio Paulon, um dos responsáveis pelas investigações.

O processo foi encaminhado nesta segunda-feira (23) à Justiça Federal, que poderá acatar ou não a denúncia feita pelo Ministério Público de Minas Gerais, em 2020. Caso o processo não seja recebido, parte das ações que se referem aos crimes ambientais, com pena de até dois anos, poderão prescrever. A expectativa é que a Justiça acate a denúncia feita pelo Ministério Público Federal até esta quarta-feira (25), data em que o crime completa quatro anos.

 

Matéria por: O Tempo