A operação da Polícia Federal contra corrupção no setor de mineração em Minas Gerais, deflagrada nesta quarta-feira (17), trouxe novos desdobramentos que podem atingir diretamente a Prefeitura de Brumadinho. Entre os presos está Helder Adriano de Freitas, apontado como um dos articuladores do esquema e irmão de Hernane Abdon, atual secretário municipal de Agricultura.
Segundo apurações preliminares, especula-se que máquinas e caminhões locados pela Prefeitura de Brumadinho, através da Secretaria de Agricultura, estejam em nome de Helder Adriano, o que, caso confirmado, configuraria mais um crime a ser investigado.
Essa não seria a primeira vez que o nome de Hernane Abdon aparece em meio a polêmicas. No início de 2025, os ônibus escolares sucateados da cidade abasteciam regularmente no posto de combustível de propriedade do secretário, em Palhano. Já em abril deste ano, Hernane foi denunciado ao Ministério Público por desmatamento irregular, realizado durante a noite por servidores municipais.
No âmbito estadual e federal, a operação cumpriu 22 mandados de prisão e 79 de busca e apreensão, além do bloqueio de bens avaliados em mais de R$ 1,5 bilhão. O diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Seabra, também foi preso, acusado de liberar licenças ambientais fraudulentas em troca de propina.
As investigações apontam que empresas ligadas aos acusados obtinham vantagens indevidas para explorar minas em áreas de proteção, ignorando riscos ambientais e de segurança. Propinas que chegariam a R$ 3 milhões por processo teriam sido pagas para acelerar liberações ilegais.
Com a inclusão do nome de Brumadinho nos desdobramentos do caso, a pressão por apuração local deve aumentar. Caso se confirmem as ligações entre os veículos da Prefeitura e o empresário preso, o escândalo ganha novos contornos e coloca a administração municipal sob investigação
