Viajar é bom. Tem gente que gosta de ir para cidades históricas e visitar museus, conhecer a arquitetura e a história da população. Passam horas seguindo o roteiro turístico produzido pelas secretárias de Turismo e Cultura, terminando o passeio em um mercado ou feira de artesanato.

Mas também há outro tipo de turista que visita uma cidade e quer saber onde fica o barzinho mais tradicional, a comida caseira. Ali senta, come, bebe, e volta no outro dia pra fazer a mesma coisa.

Também outro tipo de turista que vai aos pontos turísticos com o único objetivo de fazer selfs para postar nas redes sociais. E outros que vão para uma praia para beber, paquerar, e que nem entram no mar. Eles existem.

Aqui em Brumadinho não é diferente. Observamos os visitantes nos pontos turísticos, e temos vários exemplares. No Inhotim, por exemplo, há visitantes que já saem de suas cidades com os roteiros preparados. Conhecem todos os artistas e suas histórias. E vivem a arte intensamente. Há outros que chegam, dão uma voltinha, vão apreciar a gastronomia. Há também os que gostam de fazer book pessoal e selfs para as redes. Afinal é chique estar neste museu. E também há quem goste de fazer todas estas coisas, e outros que simplesmente vão até lá para apreciar a natureza e deitar naqueles lindos bancos de madeira. Querem paz.

E a diversidade também se repete na zona quente do turismo de Brumadinho: Casa Branca e povoados da Serra do Rola- moça. Há visitantes que vão para fazer voos de paraglider, outros vão só para olhar. Outros seguem direto para o restaurante, e alguns desbravam todos os espaços liberados para os pedestres, conhecem a área e admiram as lindas vistas que o local oferece. E alguns aproveitam a beleza do local para books de casamento, quinze anos, enfim. E praticamente todos fazem uma self pra registrar nas redes.

Bom, estes são alguns exemplos de turistas que viajam pelo Brasil, mundo afora e aqui em nossa terrinha. Assim como há diversidade de público o que não falta é opções para oferecer. Tem gente que vem e fica em hotel, outros em pousadas, alguns em hostels, outros em quartos, sítios, espaços oferecidos por aplicativos de hospedagem. E também há visitantes que se hospedam em casas de amigos e parentes.

O turista come, dorme, visita pontos turísticos, ou seja, faz o dinheiro circular na cadeia turística. Isso é muito importante. E o melhor: há espaço para grandes, médios e pequenos investimentos. Todos podem criar oportunidades de oferecer algo interessante para os turistas. A começar por trata-los bem. E isso não é difícil, pois é vocação nata do bom brumadinhense.

Outro dia, nas minhas voltas por aí, fiquei maravilhada com o Museu da Gente Sergipana, em Aracaju. Enquanto o visitava, desejei que Brumadinho tivesse um similar, contando a história no município. E como sonhar não paga imposto, sonhei que sua instalação fosse na nossa região quilombola. Quem sabe nos arredores da Estação Ferroviária. Abrindo um circuito onde em Sapé os visitantes poderiam conhecer a praça com bonecos gigantes das personalidades de destaque na história dos quilombolas brumadinhenses. Pois vocês sabiam que no passado os moradores de lá tinham o costume de produzir bonecos gigantes para o Carnaval? A reativação deste antigo costume seria uma grande atração turística.

Ainda falando deste sonho, a feirinha poderia ser implantada em Ribeirão, e as apresentações culturais em Rodrigues. Assim seria alavancada a cadeia turística dos quilombolas, gerando renda e oportunidade para todos.

Como citei, há turistas de todos os tipos. Não são homogêneos. Assim como a nossa feirinha da Cultura e Artesanato também não é. E, felizmente, foi reativada recentemente pela Prefeitura, sendo mais um ponto turístico da cidade, tanto para o visitante como para o morador. Ali estão disponibilizados produtos da agricultura familiar, artesanato e shows com artistas da terra. Um projeto que merece aplausos.

E, assim, seguimos, mais uma vez com ideias para melhorar a cadeia turística da cidade. Brumadinho é um município lindo em belezas naturais, e não podemos deixar passar batido nem aquele turista que vem aqui só para fazer selfs nas montanhas. Bora levá-lo para as selfs na feirinha?

Ponto turístico a céu aberto, com esculturas gigantes de personagens da história de Aracaju. Brumadinho poderia ter o seu.