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Preços sobem de maneira suspeita em Brumadinho

100 dias após a catástrofe que atingiu Brumadinho e fez com que o país inteiro se mobilizasse, a dor de cabeça parece nunca acabar, um ciclo sem m de problemas e mais problemas. O Município ainda amarga o número de 35 pessoas desaparecidas e as famílias ainda buscam se reerguer e sair do luto que atinge uma cidade inteira. As indenizações e punições ainda não foram totalmente acertadas, porém diversos munícipes a firmam que o dinheiro prometido pela mineradora Vale já fez com que os preços disparassem.

A dor ainda marca presença, o sentimento de indignação por não conseguir ver os problemas se resolvendo, ninguém respondendo judicialmente pelo crime cometido, as indenizações às vítimas, que são direito, ainda são alvo de polêmica que, para quem consegue observar, se estenderá por um longo tempo, mas os moradores já viram outros problemas se formarem, o medo de outros rompimentos, o afastamento de grande parte das pessoas que estavam se disponibilizando a ajudar, os fechamentos de diversos postos de trabalho e o medo dos turistas em continuar visitando nosso território. O novo problema é a exploração econômica, bem explicita na variação de preços de uma semana para a outra, com ágio sobre produtos que chegaram a atingir 80% de um mês para outro, no caso das cestas básicas, além de mais de 6% nos combustíveis, com preços que já ultrapassaram R$ 5 reais o litro.

Atualmente os moradores de Brumadinho seguem indignados, taxando os comerciantes locais de gananciosos. Os brumadinhenses fazem a denúncia de que diante os valores de indenização que estão sendo pagos pela mineradora os comércios locais estão se aproveitando e aumentando todos os valores de forma desenfreada. Existe, inclusive, diversas acusações de uma formação de “cartel”, onde os preços são combinados com o intuito de impedir a concorrência. Os comerciantes negam todas as acusações e afirmando que o problema está no mercado, e como resultado da bola de neve temos o aumento nos valores. O Ministério Público disse que está atento sobre o assunto e com olhos bem abertos a possíveis práticas econômicas abusivas. O grande problema é que enquanto nada se prova real os moradores assistem seu dinheiro sumir diante os altos preços da cidade.

A maior aflição relatada é que diversos munícipes não receberam a verba extra, a indenização, mas estão sendo obrigados a conviver com a alta dos preços. Essa não é uma novidade no cenário de desastres. Em Mariana, em 2015, após o rompimento da barragem, aliás muito parecido com o que aconteceu em Brumadinho, a água mineral sofreu um reajuste gigante na região, em alguns pontos chegando a sofrer um reajuste de cerca de 150%.
O aumento é claro e fácil de perceber, obvio se você souber os valores “antigos”. Um exemplo é o preço do combustível, que aliás já foi denunciado ao Ministério Público. O preço chegou ao valor assustador de R$ 5,11 pelo litro, sendo que no mês anterior girava em torno de R$ 4,79, uma alta de cerca de 6,6% em pouquíssimos dias. A população aguarda uma melhora e torce para que os comerciantes não deixem que a ganância fale mais alto.